Opinião
Seguro contra o roubo de paz
Por Evoti Leal
Ouvindo, por acaso, uma conversa pelo WhatsApp entre minha esposa e uma de nossas netas, comecei, naquele mesmo instante, a elaborar um texto para tratar de um contexto que afeta a quase todo o mundo.
Ela dizia o seguinte para a jovem de quinze anos com mentalidade de pessoa adulta:
- "Assim como tu não deixarias ninguém levar uma das tuas gatinhas, não deves deixar que ninguém leve a tua paz. Imagina se alguém pegasse a Bel, ou a Moana, ou a Maya, e saísse andando, levando-a embora. Tu irias deixar que isso acontecesse, como se essa pessoa tivesse o direito de levar embora um bichinho que é teu, de estimação? Ora, se alguém diz algo ruim a meu respeito, está em mim aceitar ou não. Se aceito o que a pessoa disse, lá se vai o meu bom humor, levando junto, de arrasto, a minha paz".
Estava ainda no campo mental a ideia de escrever sobre isso, quando, no dia seguinte, recebo uma mensagem que me fez bater o martelo para iniciar logo este registro de minhas reflexões.
O pensamento veio do amigo Nelson Maia, de Curitiba, que todo dia envia-me uma frase, sem nenhuma figurinha, ou seja, escrita de próprio punho, o que é bastante admirável nestes tempos, sempre de muito bom tom e de excelente aproveitamento.
Diz ele: "Se não te acrescenta, filtra. Não guardes no coração nada que tire a tua paz!"
Coincidência ou sintonia?
Ocorre com todos nós, em dados momentos das nossas vivências numa sociedade policialesca e repleta de indivíduos de caráter frágil.
Estamos de boa, bem humorados, alto astral, fazendo o que gostamos, do nosso jeito particular, é claro, quando, de repente, alguém irrompe da treva astral em que vive e diz algo a nosso respeito que não é verdadeiro. E mesmo que o seja, mas que se trate de uma característica da nossa personalidade e que não está prejudicando a ninguém,
Isso nos aborrece, nos entristece e às vezes até nos derruba. Principalmente quando não esperávamos que partisse justamente daquela pessoa por quem tínhamos alguma consideração.
A maledicência e a crítica mordaz campeiam por todos os lugares deste planeta.
Isto é fato.
O problema é que não temos nenhum seguro contra um provável roubo da nossa paz.
A gente faz seguro contra roubo de veículo, de utensílios domésticos, de jóias, de cartões bancários, de celulares e até de vida.
Mas que tipo de seguro seria este tal "seguro de paz?" - o leitor já deve estar mentalmente me perguntando.
Esse seguro não está previsto na lista de coberturas de nenhuma Companhia Seguradora.
O "seguro contra roubo de paz" é você quem faz para si mesmo. Trata-se de adquirir autoconfiança, de se autoconhecer, de estar seguro de quem você é, de que o que você faz é correto, aonde quer chegar e que, com muita luta, empenho, dedicação e boa dose de perseverança, não ligando a mínima importância às pedras jogadas em sua direção, irá conquistar o seu lugar ao sol, que é seu de direito e por merecimento.
Esteja e permaneça seguro de si e nenhuma pessoa, por mais invejosa, despeitada e mal intencionada que seja, conseguirá solapar a sua paz, o seu maior bem.
Todos os bens adquiridos do mundo externo, comprados ou recebidos por doação, podem um dia vir a ser roubados. Mas aquilo que vem de dentro, que não configura objeto palpável nem removível, que não se pode negociar ou permutar, como é a nossa paz interior, ninguém nos há de subtrair, a menos que permitamos e facilitemos tal operação.
(Do livro "Vem! A vida te convida a viver" - crônica n°.9)
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